domingo, fevereiro 25, 2007

Vasco Barbosa, Maria Emília Leite Velho e Joana Levy em Carnaxide, no Auditório Ruy de Carvalho

Vasco Barbosa regressa aos palcos de Oeiras, onde tem sido uma das presenças mais marcantes durante vinte anos consecutivos. Trata-se do violinista que durante mais tempo ocupou, sucessivamente, o lugar de "concertmeister" das três orquestras sinfónicas da capital - a Nacional da EN, a do Teatro de S. Carlos e a Sinfónica Portuguesa.


Dedica-se agora exclusivamente à actividade concertística tocando em duo com a pianista Maria Emília Leite Velho, insigne discípula de Marie-Antoinette Levêque de Freitas Branco e de Maria Christina Lino Pimentel, a qual exerce funções docentes no Instituto Gregoriano de Lisboa e de professora acompanhadora da Escola de Música do Conservatório Nacional.
Depois de o ter feito durante décadas com sua irmã Grazi Barbosa, com a qual percorreu vários países da Europa, Vasco Barbosa assegura ainda como primeiro violino e membro fundador do Quarteto Atalaya em que, com ele colaboram, a violinista húngara Klara Erdei, a portuguesa Teresa Beatriz e o irlandês Kenneth Frazer. Actuarão três vezes nesta temporada ( ver programação "Música em Diálogo").
Embora se tenha dedicado em especial ao repertório austro-alemão (Mozart e Beethoven) Vasco Barbosa, desta vez, prefere a música francesa, sem esquecer as peças de virtuosidade transcendente - traço da sua personalidade interpretativa que os seus admiradores aguardam semprem com especial empenho.

Mas há uma novidade mozartiana "Já sorri a Primavera", na voz de Joana Levy



O espectáculo, com entrada livre, realiza-se
domingo, dia 4 de Março, pelas 11H, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho, em Carnaxide.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Falando da Construção da Música


Na próxima quinta-feira, dia 22, pelas 15H, no Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes prossegue o ciclo quinzenal "Falando da Construção da Música", subordinado ao tema: "Beethoven! Por que gostamos da sua música?" com a "Sinfonia nº 4".
A propósito desta obra, tão esquecida em relação a outras do compositor, Berlioz escreveu o seguinte referindo-se ao adagio:
" ultrapassa tudo o que a mais viva imaginação possa jamais sonhar em termos de ternura e pura volúpia."

E, na verdade, os segundos violinos abrem, em pianíssimo, um acompanhamento rítmico que continuará presente durante todo o andamento - ostinato que irá percorrer quase todas as estantes - deixando, no segundo compasso (aos oito segundos*) a descoberto o primeiro tema desse adagio, de expressão melódica muito cantável, como o são quase todos os do autor, evocado a rigor pelos primeiros violinos que o atiram depois para os instrumentos de madeira, em bloco, enquanto as cordas permanecem fiéis ao acompanhamento rítmico de início. E nem mesmo depois de acontecer um belíssimo novo tema na voz dolente e doce do clarinete solista(2' 46''*) esse motivo rítmico desfalece. Estas três ideias, a rítmica inicial e as duas restantes, vão-se envolvendo numa sucessão de arabescos melódicos e rítmicos que tornam incontornável este mágico e súbito alvorecer do romantismo sinfónico, numa premonitória antecipação do romantismo de compositores como Mendelssohn, Schubert, Schumann - e da própria "melodia infinita" de Richard Wagner.
*The Chamber Orchestra of Europa
Nikolaus Harnoncourt - maestro
TELDEC

Tema adjacente:

Variações e Fuga s/tema de Purcell op. 34
de Britten

Estrutura da música em função da entrada dos naipes:
TEMA
A - orquestra / B - madeiras / C - metais / D - cordas / E - percussão / F - orquestra
VARIAÇÕES
A - flautas / B - oboés / C - clarinetes / D - fagotes / E - violinos / F - violas / G - violoncelos / H - contrabaixos / I - harpa / J - trompa / K - trompete / L - trombones e tuba / M- percussão: timbales/ pratos e bombo/tamborim e triângulo/caixa/bloco chinês/xilofone/castanholas e bombo

FUGA

flautim / flauta / oboé / clarinete / fagote / violinos / violas / violoncelos / contrabaixos / harpa

TEMA EM SOBREPOSIÇÃO

Tema ( metais) / Fuga (madeiras e cordas)

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Se estiver interessado em assistir a estas sessões quinzenais, poderá contactar o INSTITUTO CULTURAL D. ANTÓNIO FERREIRA GOMES através do T: 22 6102831 ou enviar uma mensagem para icafg@icafg.pt

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domingo, fevereiro 04, 2007

"CARNAVAL DOS ANIMAIS" em domingo de CARNAVAL

Caricatura de Saint-Saëns
Domingo de Carnaval, dia 18 de Fevereiro,
pelas 11H, no Auditório Ruy de Carvalho,
em Carnaxide, inicia-se a temporada
"Música em Diálogo" com a obra
"O Carnaval dos Animais"
de Saint-Saëns:
Suite de 14 divertidas miniaturas:
Introdução e marcha real. Galos e galinhas. Animais de pé ligeiros. As tartarugas dançam o can-can. O elefante. Os cangurús. O aquário. Personagens de orelhas compridas. O cuco perdido no bosque. Viveiro de pássaros. Pianistas. Fósseis. O cisne. Final: desfile de toda a bicharada.
Trata-se de uma das mais conhecidas composições deste compositor, devido sobretudo ao seu penúltimo número "O Cisne", dançado pela grande Pavlova! Na suite "O Carnaval dos Animais" crianças e adultos divertem-se ao ouvir o zurrar dos burros, as zaragatas entre galos e galinhas, os saltos dos cangurús. Ou ao imaginar um elefante na voz do contrabaixo, ou aquela tartaruga que vai conseguindo dançar o can-can, mas muito devagarinho. Os melómanos mais conhecedores dos ambientes musicais da época recordam as alusões críticas que o compositor faz nesta obra, escrita em pleno carnaval de 1886. Rindo-se, o autor, até de si próprio, a propósito do êxito que considerava excessivo da sua "Dança Macabra" e de outras obras "fossilizadas".
Serão intérpretes
Rodrigo Queirós - 1º violino, Rodrigo Gomes - 2º violino, Pedro Falcão - viola, Irene Lima - violoncelo, Óscar Torres - contrabaixo, Ana Catarina Sousa - flauta, Joaquim Ribeiro - clarinete, Elisabeth Davis- percussão
e os pianistas Daniela Ignazzitto e João Paulo Santos

Mas o espectáculo iniciar-se-á com "O aprendiz de Feiticeiro" de Paul Dukas, interpretado pelos dois pianistas. No final do concerto ainda poderemos ouvir de Brahms "Variações para dois pianos sobre um tema de Haydn op. 56b" (Coral de S. António).

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ENTRADA LIVRE
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Este espectáculo é promovido pela Câmara Municipal de Oeiras e tem o apoio do Instituto das Artes / MC

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Associação dos Antigos Alunos do Ensino Secundário de Cabo Verde

"Um , dois, três ou mais exemplos que distinguem Mozart de Beethoven - ou, por que não, ligeiras comparações entre classicismo e romantismo musicais"

Este será o tema da conferência a realizar na Associação dos Antigos Alunos do Ensino Secundário de Cabo Verde, pelo Maestro José Atalaya, sábado, dia 3 de Fevereiro, pelas 16H.

Este tema, integrado no ciclo "Construção da Música", abordará o sinfonismo de Mozart e a revolução de Beethoven - que começa com a "Eroica". Poderemos ver o que acontece no primeiro andamento da penúltima sinfonia, nº 40, em sol menor, de Mozart; e o que ocorre, 16 anos depois, no correspondente andamento inicial (allegro con brio) de Beethoven, na sua sinfonia nº 3, de 1804.

Serão desenvolvidas as diferenças entre duas estruturas similares - ABA - no minuete e no scherzo. E será estabelecida uma comparação entre classicismo e romantismo nas óperas de Mozart e de Wagner.

Ouviremos fragmentos das obras "Flauta Mágica", "Tristão e Isolda" e "Siegfried".

A Associação dos Antigos Alunos do Ensino Secundário de Cabo Verde, fundada em 1988 e sediada em Carnide, é constituida por ex-alunos inseridos hoje nas mais variadas profissões. Alcançou cerca de mil associados, e agora, em fase de novo desenvolvimento, apresenta uma programação semanal, incluindo convidados das mais diversas áreas culturais, nomeadamente professores universitários, artistas plásticos, escritores, músicos, personalidades da música popular cabo-verdiana e da lusofonia em geral.